Panorâmica desde o Mirador de Pedrices |
As Médulas é uma povoação e, ao mesmo tempo, o nome de um complexo
mineiro localizado na província de Ourense, Sudeste da Galiza. É essencialmente
o resto de uma enorme mina a céu aberto que deixou marcas indeléveis na
natureza que lhe dão uma beleza enorme pela cor e as formas daí resultantes. Pode ser visitada e vista de dois pontos de vista: através de um trilho periférico (Senda Perimetral) ou um trilho mais interior (Senda de las Valiñas).
Início do circuito das Valiñas, à saída da povoação. |
A “Senda Perimetral”, como se deduz do nome, é um trilho circular mais
abrangente, que cobre o perímetro da mina romana de ouro das Médulas e permite
compreender o processo mineiro de um modo global. Para isso oferece informação sobre
todos os aspetos do processo de exploração, já que através dele se podem observar
distintas técnicas mineiras romanas, diferentes elementos da rede hidráulica,
as derrocadas das minas, as múrias, os canais de lavagem, etc.
Galeria visitável no Mirador de Orellán. |
Mais adiante consegue ver-se um pouco do canal de Pena Escribida, que conduzia a água advinda de a mais de 100 km. de distância,
Um resto do canal em Pena escribida |
Campo de Branã |
Em alguns pontos é possível aceder ao circuito mais interior, a Senda de las Valiñas, que nos conduz a outros pontos de interesse e nos leva pelo interior do souto que hoje povoa a antiga mina a céu aberto.
Este breve percurso de uns 2,5 km. é muito bonito e deslumbrante.
Independentemente da estação do ano, será sempre belo, porque no verão o verde
do souto secular oferece toda a sombra desejável e no outono as cores amarelas,
douradas e vermelhas das folhas tornam o cenário fabuloso.
Neste circuito circular deparamo-nos com as paredes nuas das derrocadas, com muitos metros de altura, semelhantes a catedrais e castelos sem rei, onde é possível observar as diferentes camadas geológicas e a composição dos solos que ditaram o uso das técnicas de escavação utilizadas.
Inicialmente a mina era uma mina a céu aberto, com a retirada dos inertes para pontos de lavagem e depuração do ouro. Mais tarde, a diminuição do teor do ouro fez com que se usasse uma técnica de derrocada em que o segredo estava em escavar largas galerias ramificadas na vertical que eram enchidas com água chegada de bacias hidrográficas distantes (algumas a mais de 100 km.) e essa pressão fazia com que as arribas desmoronassem em lamas que eram arrastadas pelos canais de escoamento e depois de lavagem, deixando o metal, que era mais pesado. Ainda hoje se veem montes de vários metros de altura compostos apenas com seixos rolados, as chamadas ‘murias’.
Inicialmente estes inertes eram transportados para locais previamente escolhidos, constituindo montanhas artificiais, mas depois, na fase final, começaram a ser um estorvo intratável, pelo que os resíduos começaram a obstruir os canais de escoamento, dando origem às lagoas e lagos que existem próximos da povoação. (Laguna Larga, Laguna Pinzais e Lago Somido)
Das galerias restam hoje 3 grandes pontos: a Cuevona (o nome não
engana),
a Encantada
É uma visita marcante que nos vais encantar de novo, quando lá
voltarmos.
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