terça-feira, 28 de agosto de 2018

P.R. AS -15 Ruta de los Lagos (de saliencia) Somiedo




A partir do povoado de Saliencia, o último núcleo rural do vale do mesmo nome, uma estrada em alcatrão, com a extensão de 7 km. leva-nos ao alto de La Farrapona ou Collada de Balbarán, (mais de 1700 metros de altitude, 1708, para ser exato) o ponto de passagem para o município de San Emiliano, quase Província de Leão.








 
Neste ponto, a caminhada começa com uma bela perspetiva do maciço de Las Ubiñas. Passamos por um miradouro fantástico sobre o vale glaciar, hoje um vale de terrenos férteis e verdejantes. Nesse miradouro é possível fazer escalada e outros desportos de altitude. Um memorial dá testemunho de um acidente de um alpinista que aí faleceu.
Uma ramificação da trilha dirige-se para o oeste para chegar ao Lago da Cueva, após uma suave descida de aproximadamente um quilómetro, onde ainda se evidenciam as cicatrizes produzidas no terreno pela exploração de minério de ferro da Mina de Santa Rita, atualmente abandonada.

O trilho prossegue pela antiga trilha da mina de ferro, com uma subida íngreme para passar pela Laguna de la Mina, seca nos meses de verão. Poucos minutos depois, o horizonte abre-se e a esplêndida campina de Cerveriz é visível, assim como o lago de mesmo nome que é alcançado após uma descida suave.
Continuamos o caminho em direção sudeste para descobrir o panorama magnífico que o grande Lago de Calabazosa apresenta. Este lago, o maior dos três, ocupa a depressão de um grande sumidouro escavado pela dissolução do calcário e depois impermeabilizado pelo depósito de sedimentos glaciares.
Aqui teremos de voltar atrás e depois de voltarmos à Vega de Cerveriz, continuamos cruzando-a em direção ao noroeste e, no final dela, seguimos um caminho que, em leve subida, leva a uma colina a norte. Aqui tudo parece perto, mas enganamo-nos redondamente. Observamos a impressionante planície Camayor de pastagens subalpinas moles e pequenas lagoas que fazem o terreno húmido e lamacento, se sairmos das trilhas predefinidas.

Depois de meia hora de caminhada, sempre na mesma direção, chegamos a Llomba de Camayor, de onde se podem ver as cristas de Peña Llana, Cebolléu e Picos Albos. Neste lugar, a estrada gira para a esquerda e continua em descida contínua até que, em pouco tempo, avistamos o Lago del Valle e os campos que levam à povoação de Valle de Lago.
A partir deste ponto, e ao longo de um caminho sempre descendente alcançamos a trilha que liga o Lago del Valle  e a Valle del Lago, continuando até chegar à povoação. 
No nosso (meu) caso, tive de voltar para trás mal avistei o lago, porque não conseguiria regressar em tempo de sol ao ponto de partida (são 28 km. no total, com progressão lenta e cansativa).
O regresso permite ter depois outra perspetiva dos lagos que contemplamos à subida, principalmente o Lago de la Cueva, belíssimo e profundo.
  • Tipo de rota: Linear
  • Itinerário: Alto de la Farrapona - Lagos de Saliencia - Valle del Lago (opcional)
  • Distância: 14 Km. (28 com regresso)
  • Duração: 4 h. e 30 m (9 horas total).
  • Desnível:   517 / 526 m Ascendente / Descendente
  • Dificuldade – Média/alta

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

PR.AS - 12 Ruta de las Brañas de Saliencia


A caminhada começa na aldeia de Arbeyales, seguindo o caminho através da vila até chegar à ponte sobre o Regueiru de Murias.

 















Aí viramos à direita e continuamos agora por um caminho íngreme que sobe, deixando o regato à esquerda e atravessando La Güergola. Este nome não engana, pois aquilo é mesmo uma garganta rochosa, só que em altitude.  O caminho é muito inclinado e por isso foi empedrado pelos moradores e construíram mesmo degraus  em algumas secções. A trilha segue sempre a subir acompanhado pelo murmurejar de água que precipita a sua descida através de inúmeras cachoeiras. No final desta parte da subida, quando as paredes de rocha se extinguem, e depois de atravessar outra ponte, o caminho bifurca.






A rota continua ao longo do estreito carreiro à direita, deixando a margem do rio e sobe a encosta em direção à Braña de Arbeyales. 

É tempo para uma curta pausa para apreciar o esplêndido panorama oferecido através do vale, o Monte Grande e o canal que passa por ele, um tubo que transporta a água dos lagos de Saliencia para o centro hídrico de Malva. 





Olhando para trás, observamos à distância a Braña de Cuérragu, à qual se acede se, uns quilómetros à frente, em vez de seguirmos para a Modera de Saliencia viramos à esquerda e andarmos uns 4 km.
A partir desta braña de Arbeyales podemos subir ao pico da antena, o ponto mais alto da montanha, de onde se avistam todos os vales circundantes. 


 Seguimos a pista que vai a meia encosta e entre giestas e outra vegetação nos  leva à Braña de Culiao, depois de atravessar o Regueiru de Castro e passarmos junto a duas fontes. Do Culiao o itinerário continua até atingir a Braña de Ordiales, usado pelos moradores de Endriga. 




Daqui as vistas sobre o vale de Saliencia é fabulosa apreciando-se bem a cabeceira do antigo glaciar em forma de U característica e, a jusante, um estreitamento do vale, representativo da modelagem fluvial com a secção V, escavado pelo tempo.

Resta agora continuar a rota ao longo da mesma trilha, depois de atravessar o Regueiru Borbolla, atingindo a Modera de Saliencia, a última braña do itinerário, 
e descer para a povoação de Saliencia, destino final da rota. Durante o passeio é possível observar o voo majestoso dos abutres e avistar até os abutres egípcios bem como vestígios de animais de grande porte (javalis e gamos).
Das 6 caminhadas que fizemos, esta foi a mais bonita de todas, pela multiplicidade de cenários e o casticismo da paisagem.
  • Tipo de rota: Linear
  • Itinerário: Arbeyales - Braña de Ordiales - Mortera de Saliencia - Saliencia
  • Distância: 8 Km. (12 se regressarmos pela estrada ou 16, se pelo mesmo sítio)
  • Duração: 3 h.15 m. (4.30 ou 7.30h, dependendo do regresso)
  • Desnível:  617 / 617 m Ascendente / Descendente.
  • Dificuldade – Média/alta

domingo, 26 de agosto de 2018

PR.AS - 16.1 Ruta de la Braña de Sousas (Somiedo)


 
Mais uma trilha que começa na povoação de Valle de Lago ao longo de um caminho fácil que, depois de atravessar o rio e passando perto da igreja, sai à direita em direção ao sul do povoado de La Caleya.  A primeira parte corre entre os muros dos prados, substituída à medida que se afasta o caminho da aldeia por avelaneiras, castanheiros, carvalhos e faias.

Ao longo da viagem, até chegar a Braña de Sousas, podemos deliciar-nos com amplas vistas panorâmicas sobre os bosques de faias e as montanhas de Coto e Valle. 

Do lado direito do caminho (sempre a subir) aparece-nos Peña Furada, uma formação rochosa marcante, com um óculo geológico enorme, fazendo parte das formações rochosas conhecidas como elefantes rochosos, por se assemelhar à tromba desse animal. 




Após um trecho à sombra e muito belo, deparamo-nos com a Braña de Fuexo, bastante adulterada e sem grandes vestígios das construções antigas.









 A braña de Sousas está localizada, rodeada por uma moreia, no fundo de um circo glaciar que a protege dos ventos na encosta ocidental de Peña Llana.


 
A partir daí  temos vistas espetaculares sobre a coroa do circo acima mencionado, bem como o Altu'l Muñon (1.863 m) e a profunda depressão formada ao pé da mesma, uma vez ocupada por um lago que a erosão subsequente drenou.



Brañas como a de Sousas emergem em Somiedo associadas ao gado em transumância, uma forma de explorar gramíneas altas utilizáveis ​​apenas no período de verão. Esta Braña responde ao modelo tipologia mais antiga, que consiste em curros, choupanas de planta circular construído todas em pedra, os quais terminam num teto de lajes que fazem a abóbada subsequentemente revestidas por ‘tapinos’, tapetes de relvado que melhora o isolamento térmico e construção, impermeabilizando-as.
O isolamento é completado com uma ausência quase total de aberturas, a porta de entrada e uma pequena janela formam a única ventilação.

Acrescente-se que estas cabanas não tinham propriedade assegurada, pelo que eram ocupadas em espírito comunitário e quem primeiro chegasse primeiro as ocupava.
É um autêntico povoado e hoje está todo ocupado pela vacas que por ali andam a pastar.
As cabanas geralmente são agrupadas em pares, servindo uma como refúgio para o pastor e outra destinado ao gado. Sendo as brañas localizadas em altitudes mais elevadas, elas eram usadas apenas por um curto período de tempo e não deslocavam toda a família, mas apenas um de seus membros. (Esta transumância é chamada em Somiedo como transumância de raio curto, que ocupava apenas uns 4 meses do ano, pois as altitudes são consideráveis). 
Da Braña de Sousas há quem continue a caminhada, seguindo o caminho que vai para o sul até o Colláu del Muñón, na fronteira das Astúrias e León. Este ponto oferece belas vistas da Sierra del Rebezu, sendo frequente ver os rebecos que andam por lá.
Durante o percurso de regresso dá para derivar à direita para melhor se observar  Peña Furada, São uns 600 metros que melhor permitem ver a formação geológica.
A partir daqui, o percurso é sempre a descer, sem mais história, mas grandes paisagens.

  • Tipo de rota: Linear
  • Itinerário: Valle de Lago - Braña de Fuexu - Braña de Sousas
  • Distância: 3 Km.
  • Duração: 1 h.30 m. (2 e 30 ida e volta)
  • Desnível: 314 / 283 m Ascendente / Descendente