domingo, 18 de dezembro de 2016

PR1 - FZZ - Dornes e Ribeira de S. Gulherme

Este PR, muito belo e envolvente, é bem largo, de mais de 19 km. Contudo, apresenta uma variante que permite dividi-lo e tornar a caminhada num circuito de menos de 9 km. Essa variante é conhecida como PR1.1 e foi aquela que nós fizemos.
Ponte Pentagonal, templária, mandada construir por Paio Mendes.
Situada numa pequena península da albufeira de Castelo de Bode, a Vila de Dornes possui um enquadramento privilegiado sobre o Zêzere e uma relação muito especial com este rio.
O percurso “Dornes – Lagar de S. Guilherme” foi por nós iniciado junto à igreja, ao pé da torre pentagonal, percorrendo o centro da Vila (Torre Pentagonal e Igreja de Nossa Senhora do Pranto),

continuando em troço coincidente com a Grande Rota do Zêzere (GR33), na direção de Vale Serrão. Ao chegarmos à Fonte de Dornes (um agradável parque de merendas),
Fonte de Dornes
cortamos à direita, seguindo o percurso variante e seguimos o caminho para topo do monte, numa subida pequena, mas de pendor violento. Ou seja, durante uns 400 metros temos uma SUBIDA e depois uma subida. Uns 2 km depois, sempre espreitando as águas da albufeira e as povoações a jusante,  deparamos-nos com um cruzamento que faz o encontro do percurso maior, (vindo da povoação próxima de Peralfaia e dos penedos amarelos) e da rota que estamos a seguir.
Aqui seguimos então a indicação do Lagar de S. Guilherme, sempre por caminho florestal, ladeado de eucaliptal ou pinhal, e também alguns carvalhos, castanheiros e medronheiros. Nesta opção é-se presenteado com uma extraordinária vista panorâmica sobre a Península de Dornes. Passamos próximo de alguns afloramentos quartzíticos, que se destacam do solo xistoso da região.
Afloramentos quartzíticos
Terminada a estrada de terra, passamos a estrada nacional e é hora de visitar o Lagar de S. Guilherme, junta da ribeira que lhe dá nome.
lagar de S. Guilhermes, que será o nosso poiso.

Ribeira de S. Guilherme
O regresso a Dornes é feito pelo Percurso da Biodiversidade, um caminho florestal que acompanha a Ribeira de S. Guilherme até bem próximo da sua foz, em Dornes.
Queda de água no pequeno açude que encaminhava a ´´agua para o lagar
Passando depois a ponte, entramos em Dornes e viramos à esquerda, em direção ao rio
e seguimos uma ruela muito bem restaurada, estreita, a qual desemboca na parte baixa da península, junto ao rio e terminamos o circuito entrando pelo lado do cemitério.

Perspetiva da torre à chegada.

Em síntese:
Tipo de percurso - Circular
Grau de dificuldade e perfil: 2,5 em 5. Com uma subida pequena, mas de alto declive e duas ou 3 subidas mais suaves.
Extensão: 8,7 km.
Pontos de interesse: Vila de Dornes, Torre templária pentagonal, Igreja de Nª Srª do Pranto, Fonte de Dornes, Lagar de S. Guilherme. Património da biodiversidade.







sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

PR2 ALB - Trilho dos 3 Rios


 O PR2 de Albergaria, mais conhecido como Trilho dos três rios, é um dos mais bonitos percursos pedestres de Portugal. Indubitavelmente o colocarei nos 3 primeiros lugares dos trilhos que fiz até hoje. Principalmente pela beleza que nos acompanha nos primeiros 4 km. (Seguindo a orientação e tendo o mesmo ponto de partida que nós tivemos).
O trilho tem este nome porque percorre os vales de 3 rios (o Filveda, o rio Pequeno - ribeira de Felgueira - e o rio Caima)

Começámo-lo em Ribeira de Fráguas, junto à Igreja Matriz de S. Tiago, que remete para o séc. XVII e seguimos o sentido inverso aos ponteiros do relógio. Logo após termos percorrido algumas ruas  e ruelas labirínticas da aldeia, seguimos o vale do rio Fílveda, começando logo pelo Parque dos Moinhos, que se estende por quase 1 km.



É  possível visitar 3 destes engenhos de água, todos eles em funcionamento: Moinho de Baixo e Moinhos da Quinta da Ribeira.

O percurso continua pela subida do rio Fílveda, podendo-se observar paisagens deslumbrantes, desenhadas por pequenas cascatas e açudes.
Aqui encontra-se o Cabouco, antiga mina onde existia uma roda motriz movida pela água do Açude dos Ingleses. Esta roda fazia movimentar o elevador do poço das Minas do Coval da Mó, primeiro testemunho arqueológico da indústria mineira.
Este magnífico percurso atravessa ainda os campos agrícolas onde é possível avistar-se o lugar de Vilarinho de S. Roque e onde se pode visitar o lugar do Regatinho, o núcleo molinológico em funcionamento e a capela de S. Roque do Séc. XVII.
Nesse núcleo há dois moinhos de rodízio, com um casal de mós cada,  e são acionados pelas águas do rio Fílveda, antes de dar uma larga volta e virar em direção a Ribeira de Fráguas.
Chamam-se Moinho da Quingosta e Moinho do Silva e são pertença de várias famílias que, numa escala de horas, ainda hoje moem farinha para animais ou para fazer broa e papas de carolo. Todo o lugarejo está bucolicamente decorado com vasos suspensos e os moinhos não escapam a essa tradição.
Aqui começam as subidas por mais de 700 metros, o que torna o percurso de dificuldade moderada por isso mesmo. Num quilómetro fazemos um ascendente dos 30 aos 309 metros, o que dá uma inclinação respeitável. Passamos então pelo Centro de Atividades Radicais e Ambientais de Vilarinho de S. Roque e seguimos em direção à ponte do Lagar de Azeite, no lugar de Telhadela, mas antes passamos no Cabeço dos Mouros onde é possível fazer um desvio de 800m e encontrar vestígios de um monumento megalítico, a Mamoa de Castro (não o fizemos). Continua até às ruínas do Lagar do Azeite, junto à ribeira da Felgueira (Rio Pequeno).
O Lagar era uma estrutura singular na região, constituída por duas prensas de vara e foi abandonado no séc. XX. Neste local encontra-se também a Ponte do Barro Negro (ponte de arco quebrado)
O trajeto ladeia a margem da ribeira da Felgueira (rio Pequeno), onde se pode contemplar o lugar milenar de Telhadela. Passa ainda junto aos moinhos desativados, próximos do complexo das Minas do Palhal, onde se pode observar a Ponte Negra, ponte sobre o rio Caima, composta de carris de ferro cuja função era a de transportar, através de vagonetes, minerais entre as margens. No mesmo local, existem ainda as ruínas da lavandaria do minério, pertencentes à casa grande que servia de residência ao Engenheiro da Companhia da Mina de Telhadela. Prossegue depois em direção à Ponte do Palhal, construída em 1776, que liga as freguesias da Branca à Ribeira de Fráguas, onde se vislumbra o Alto dos Barreiros com uma vista panorâmica sobre o vale.
Desce em seguida até à Ribeira de Fráguas, onde encerramos a volta de uns 15 km.


 Em síntese:
Distância: 15 km, não fazendo o desvio para as ruínas da mamoa.
Grau de dificuldade: moderado, pela distância e pelas 2 subidas. (3 em 5) 
Perfil: Circular em ambos os sentidos. Duas subidas consideráveis; a primeira, de quase 1km, logo a seguir a Vilarinho, para permitir passar o monte para o vale oposto e a segunda a seguir à ponte do Palhal, antes de começar a descer para Ribeira de Fráguas, com uns 300 mt.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

PR2 ANS - Rota Romana - abreviado


O PR2 ANS - Rota Romana é um percurso de pequena rota, mas que surge classificado no folheto da Câmara de Ansião com sendo de dificuldade de 4/5. Só se for pela extensão. Na realidade, o percurso todo tem uma extensão de 17,5 km, ligando o Parque verde de Ansião a Santiago da Guarda e regresso ao ponto de partida. Por essa razão, a proposta que aqui apresentamos vai reduzir essa extensaõ e torná-lo mais ajustado aos perfis de caminhadas da Bota. Além disso, conseguimos juntar o melhor que este caminho tem.
O ponto de partida será junto às alminhas do Lousal, seguindo depois para a povoação de Pinheiro, Tarouca e a lagoa de Soucide, onde uma bomba manual ainda é a única forma de tirar água para a fonte e os lavadouros. Junto à lagoa encontram-se vários poços tradicionais, hoje já não usados. A forma de retira água desses poços eram as cegonhas ou bimbarras:


Seguimos sempre por caminhos florestais e agrícolas, bordejados pelos chousos, os famosos muros de pedra empilhada, que dividem os campos e permitiam limpar desta forma os terrenos para cultivo.
Desta forma, seguindo os ponteiros do relógio, entramos em Santago da Guarda, conhecido pela casa senhorial dos Condes de de Castelo Melhor, um belo edifício rural, com estilo manuelino e uma torre fortificada. Descobriu-se em 2002 que as fundações e paredes do edifício eram a continuidade de uma villa romana do século IV ou V e hoje os mosaicos das salas estão à vista (não pudemos entrar, mas espreitei pelas janelas...)


Na povoação existem todas as estruturas e serviços necessários, incluindo um belo parque de merendas de que podemos usufruir para descanso e retempero de forças.
De Santiago da Guarda até ao ponto de partida o caminho revela-se um pouco mais agreste, mas talvez mais belo. Sempre por meio de floresta, de carvalhais seculares, passamos perto de Matos de Santa Bárbara, Estrada e Vale de Boi, sempre próximos a uma antiga e importantíssima estrada romana, da qual hoje só se pode ver um pequeno segmento.

Deixando a variante de Ansião de parte, o percurso queda-se pelos11 km, baixa dificuldade e perfeitamente realizável em apenas uma parte do dia, manhã ou tarde.
Em síntese:
Perfil - Percurso circular de 11 km, uma das variantes do PR2 ANS. Caminhos de terra ou estradão de macadame de uso agrícola ou florestal. Sem grandes desníveis.
Grau de dificuldade - Fácil (2 em 5).
Folheto do percurso integral e com as variantes aqui.
GPX do percurso realizado aqui.