segunda-feira, 7 de maio de 2018

Gralheira e Vale de Papas

Localizada nos limites do concelho, em plena Serra do Montemuro, a cerca de 1103 metros de altitude, a aldeia da Gralheira é também conhecida como a “Princesa da Serra”. A par de Pitões das Júnias, é uma das povoações mais altas de Portugal.



Com uma paisagem deslumbrante, rodeada de lameiros férteis e verdejantes, propícios à criação de gado, esta é uma das atividades principais na aldeia e uma das principais fontes de riqueza das suas gentes.
Esta localidade é conhecida pelos seus invernos rigorosos e pelas quedas de neve, que acontecem com alguma regularidade e que oferecem panoramas magníficos a partir deste local.








No centro da povoação ainda é possível vislumbrar algumas casas típicas, construídas com granito e algumas delas, ainda cobertas de colmo.
No centro da aldeia destaca-se, pela singularidade, a capela do Sr. da Boa morte com o seu cruzeiro em Pedra.


O nosso percurso inicia-se junto à ponte e parque de merendas, atravessando o povoado pelas ruas centrais em direção à igreja, a partir da qual subimos até ao miradouro conhecido como Penedo da Saúde. De lá avista-se bem a vizinha aldeia da Panchorra, conhecida pela ponte românica.

Seguimos depois pela estrada em direção a um pequeno e muito menos preservado povoado. Mas antes passaremos pelos penedos conhecidos como Castelo Novo e Castelo velho.









A ausência de intervenção 'turística' faz com que Vale de Papas se mostre simples e original, se bem já com muitas casa em decadência absoluta.

Destaca-se uma eira e uma verdadeira casa da eira, que parece uma construção feita de legos, em que cada peça encaixa firmemente nas outras, sem necessidade de nenhum tipo de argamassa.
 Vale de Papas é uma aldeia serena, situada em plena serra de Montemuro.









O conjunto de casas em granito, muitas delas ainda com telhados de colmo, dá uma graça especial a esta preservada aldeia da freguesia de Ramires, em Cinfães.
Como outras aldeias serranas, Vale de Papas vive da agricultura e pastorícia, com os seus animais a deslocarem-se diariamente para os pastos.

Diversos canastros e eiras comunitárias e as casas em colmo marcam a paisagem do centro da aldeia, enquanto em redor é o verde que toma conta da vista e do passeio que se aconselha vivamente.
No núcleo da aldeia, encostada à serra, temos outros pontos de interesse como a pedra malga, um bloco granítico de grandes dimensões, o tulho antigo, ou calçada romana,
além da Capela de Vale de Papas.
De Vale de Papas, seguimos o caminho velho, a calçada romana que segue para a Ponte da Panchorra.






Aqui temos um pequeno problema:. "Ui, a ver se passa" disseram-me os moradores, prenunciando os dramas que se seguiram. na realidade o caminho velho está com muitos troços ocupados por giestas e silvados, pelo que é necessário bordejá-los pelas leiras e matagal circundante. mas não é nada que não se faça. Assim de salto em salto damos com a joia deste caminho, a ponte da Panchorra, românica medieval, de arco redondo, sobre  o rio Cabrum. Ainda não tinham chegado os arcos em ogiva e à primeira vista parece romana, mas não é.
A partir daqui é sempre a subir até à Panchorra, e é a torre da igreja a dar-nos as boas-vindas à povoação.
Passando este povoado avistamos ao fundo novamente a Gralheira e depois de percorrermos uns metros no asfalto, derivamos à direita para um caminho antigo que passa sobre uma ponte de laje, de modelo celta.
este caminho velho era a única via que atravessava  a serra do Montemuro se sul para norte até Aregos e Resende. Hoje está esquecido e muito mal tratado., mas a beleza das paisagens vale todo o empenho e sacrifício de o percorrer.

domingo, 6 de maio de 2018

Em Busca do Vale Encantado


A proposta de atividade neste local estende-se pelo vale do varosa e percorre ainda as encostas da serra do Montemuro, se considerarmos a serra de Santa Helena como uma extensão deste maciço montanhoso.
A Rota sai da ponte fortificada da Ucanha e segue a margem esquerda do Rio Varosa em direção a Gouviães e a Ponte de Vila Pouca. Percorrem-se campos onde o sabugueiro é rei, não fosse este vale a capital da baga de sabugueiro, com diversas efemérides que o evocam.

Chegados à ponte românica de Vila Pouca há que atravessar para o outro lado, não sem antes tirar belas fotos a esta monumental construção e aos vários moinhos que a bordejam e que ainda teimam em resistir ao tempo e aos temporais.













A seguir à ponte aguarda-nos uma subida considerável, que nos deixa nos limites de Vila Pouca, para voltarmos a descer depois para as cascatas do Varosa. Espera-nos nova subida até à povoação de Murganheira (bem distante das caves que lhe tomaram o nome) e pelo trilho das regadas, entraremos numa ribeira que nos conduzirá pelos regos da levada até Salzedas.




Aí visitaremos a igreja de Santa Maria e a judiaria.











Mais tarde, após uma visita ao muito famoso Mosteiro de S. João de Tarouca, iremos até às encostas da Serra de Santa Helena, para conhecer Meijinhos e a sua belíssima pequena igreja, em cujo interior foram recentemente descobertos por detrás do altar-mor e sob uma camada de estuque frescos  decorativos próprios do renascimento (século XVI).
As pinturas murais representam todas elas momentos da vida da Virgem  ou com Ela relacionadas. Assim, na parede ao fundo em forma de tríptico o do centro representa a Assunção de Nossa Sra. ladeada por anjos músicos, tendo como suporte doze apóstolos que rodeiam o sepulcro onde fora sepultada e na parte de cima está representada a Santíssima Trindade; o painel da direita supostamente representará a prima Santa Isabel e seu esposo Zacarias; no painel da esquerda estará representada uma das visitas de Maria com o Menino à casa de seus pais, santa Ana e S. Joaquim. 
Entre 1993 e 1998 foram recuperadas e encontram-se agora à disposição de quem as queira contemplar, e nós vamos fazê-lo.
Por Meijinhos passaremos o fim da tarde até serem horas de abalar.