sexta-feira, 26 de maio de 2017

PR1 MDB - Caminhos da Srª da Graça - Parcial



Quem nunca ouviu falar do Santuário da Srª da Graça, é porque não tem estado por cá. Nesse elevado monte da região de Basto têm terminado épicas etapas da Volta a Portugal.  Mas a importância e a atração do local não se fica pelo mundo das duas rodas. As paisagens largas que o horizonte descobre merecem que, de carro, de bicicleta ou a pé se suba até mais perto do céu e se apreciem as terras do Marão, o Parque Natural do Alvão, as serras  do Gerês e outras mais, sem nome.

O PR1 tem uma extensão de quase 15 km, mas bastam bem os primeiros 8 para deixarem um caminhante KO.
Inicia-se no centro de Mondim de Basto, junto ao Parque Florestal, um espaço bastante agradável que só peca por nele serem depositados os veículos inoperacionais dos serviços do ICNF.
Dá, numa parte do parque, uma impressão de abandono e de sucata, bem desnecessário à vista.
Segue-se o caminho antigo que conduzia ao monte, derivando pelas localidade de Trigal e depois de uma capela (creio que de S- Gonçalo) entramos num lugar chamado Campos. Numas alminhas lá existentes devemos virar à esquerda e passamos Carvalhas,  e é aí que as coisas se complicam, pois começa a subida de quase 3 km que só termina no santuário.
O caminho não passa exatamente por lá, mas fizemos um desvio a um local digno de visita, o Castro Castroeiro, vestígios de uma povoação pré-histórica com espaços ainda muito bem definidos e uma zona ritual interessante.

São visíveis as bases das casa e um conjunto de pedras cerimoniais, com relevos e cavidades que nos deixam  imaginar outros tempos e outras formas de ver o homem, os deuses e o universo.

terminada a visita, há que regressar à rota, continuando a subir e passando por uma fonte. Apanhamos depois uns 500 metros de asfalto e, seguindo as marcas bem visíveis, passamos para a calçada de pedras largas que sobe até ao santuário, passando por 3 capelas votivas, já quase no topo do monte. A descida parece ser fácil, mas é larga. Não fizemos.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

PR3 MDB - Fisgas do Ermelo

Este belo percurso integrado geograficamente no Parque Natural do Alvão apresenta uma diversidade paisagística considerável. É uma rota circular de 13 a 14 km. Há várias maneiras de o abordar, mas a mais frequente é com partida da povoação do Ermelo, uma aldeia que outrora já foi município, com vários pontos de restauração e cafés.






Os veículos podem ficar ao longo das ruas da aldeia, mas não aconselho que os deixem no recinto da mesma, porque as pessoas fecham o portão, uma vez que é propriedade da Fábrica da Paróquia.
Nós fizemos o percurso no sentido inverso. aos ponteiros do relógio. Quase no fim da aldeia aparece um espaço sui generis que um habitante alegrou com cartazes goloridos, onde se podem ler versos e frases de louvor às Fisgas e que antecede uma acentuada descida que. de pedra em pedra, vai terminar junto ao rio Olo, o qual se passa por uma robusta ponte de madeira construída de propósito para o trilho.
Até aqui foi a descer e daqui até quase ao meio do percurso será sempre a subir, em condições de esforço considerável. à medida que subimos e o esforço nos faz parar muitas vezes, a panorâmica começa a fazer-nos sentir bem pequeninos. Avista-se o profundo desfiladeiro onde corre o rio e ao longe as águas das cascatas deixam uma linha branca no meio do verde e castanho da serra. mais à esquerda vê-se uma fenda profunda, com um parede do lado esquerdo com mais de 100 metros de altura. É algo de tirar o fôlego!
Até às Fisgas serão uns 3 km de subida; depois delas o percurso torna-se mais plano, até passar Varzigueto (onde existe uma taberna/restaurante, a tasca do Martins). Depois de cruzar o rio, voltamos a subir até termos uma perspetiva da enorme parede que do outro lado se via, como uma fenda enorme localizada sobre a parte baixa do rio Olo.
Então começamos a descer, bordejando esse enorme precipício e podemos, por duas vezes, abeirar-nos para termos, primeiro, uma perspetiva das fisgas do lado norte e, depois, a partir de um segundo miradouro, do rio lá ao fundo, mesmo muito ao fundo. Na primeira abordagem existe um carreiro íngreme que nos permite descer até à Pioca de cima, uma lagoa escavada na rocha e que, no verão, permite grandes mergulhos e bate cus.
A partir daqui seguimos o percurso descendente, passando no Fojo, onde há uma estrutura do ICNF e uma capelinha.



Assim contornamos a margem direita do rio, inicialmente por terreno descampado e depois por um belo bosque maioritariamente de carvalhos. Quase ao nível do rio aparece uma derivação para as Piocas de baixo. Era antigamente caminho de carro de bois, que termina na ponte de madeira numa descida em degraus, muito difícil, de certeza, para os animais atrelados. 
Passando a ponte sobre o Olo, começamos então a subir, e bem até ao centro do povoado, fechando o circuito.







Em síntese:
Tipo de percurso - Circular, por caminhos de terra e trilho de pé posto.
Extensão - 13,6 km.
Desnível e grau de dificuldade - Subidas e descidas consideráveis. Médio a elevado