sábado, 16 de fevereiro de 2019

PR1 AGN Caminho do Xisto da Benfeita


O Caminho do Xisto da Benfeita é um percurso circular, partindo do centro desta aldeia. O sentido aconselhável é o que sai em direção ao vale da Ribeira do Carcavão (anti-horário). Entramos num estreito trilho, ao longo da margem da ribeira, e tomamos contacto com pequenas, mas fantásticas quedas de água, bem como com as transformações da paisagem, fruto da ação secular do Homem.
Dado o forte declive desta zona, é necessário deixar as margens da Ribeira e subirmos por antigas veredas rurais, com inúmeras escadas em pedra, pelo que devemos ter atenção redobrada. A fase de subida termina pouco depois da passagem por zonas em que a água trilhou o seu percurso pela rocha. Uma vez no cimo da crista rochosa, a vista que se alcança sobre todo o vale é deslumbrante.
Cruzamos uma estrada asfaltada e abordamos a
aldeia do Sardal por um trilho suave contornando a encosta.
Após a
passagem pelo interior da aldeia, iniciamos a descida, utilizando caminhos e levadas estreitas mas bem definidas. Já em plena área de Paisagem Protegida da Serra do Açor encontramos a derivação (opcional) para uma descida curta à Fraga da Pena, zona de cascatas impressionantes.
Continuando em frente,
atingimos a aldeia de Pardieiros, onde existem serviços de apoio, sendo aconselhável a visita ao núcleo museológico de temática rural. A partir daqui, retomamos a descida para a Ribeira da Mata, ao longo da qual se fará o regresso à Benfeita, num ambiente em que a prática agrícola e o aproveitamento dos campos marcam a envolvente do percurso.

A Aldeia da Benfeita possui um conjunto de pontos de interesse únicos, como é o caso da Torre da Paz e o simbolismo que lhe está associado. Destacam-se também a Igreja Matriz, os seus arruamentos tradicionais e a praia fluvial. A Loja Aldeias do Xisto e a Casa-Museu Simões Dias permitem o contacto com o património cultural e histórico local, bem como com o artesanato produzido na Freguesia, de que as colheres de pau, o vestuário em feltro e as casinhas de xisto são a principal referência. O Núcleo Museológico dos Pardieiros, permite conhecer as vivências rurais desta população, representadas por um vasto conjunto de instrumentos utilizados antigamente nas práticas agrícolas e florestais. Nesta aldeia pode ainda saborear a gastronomia local, com destaque para o cabrito, a chanfana, o bucho de Vila Cova do Alva e a tigelada. Grande parte da área da Freguesia está inserida na Área de Paisagem Protegida da Serra do Açor.
 Encontramo-nos na Área de Paisagem Protegida da Serra do Açor, em que se destaca a Mata da Margaraça e a Fraga da Pena. A Mata da Margaraça é classificada como Reserva Biogenética. É uma das raras relíquias da vegetação natural das encostas xistosas do Centro de Portugal, sendo um notável exemplo do coberto florístico primitivo da Região.
Para além de espécies arbóreas como o carvalho, o castanheiro, o azereiro ou o ulmeiro, a Mata possui ainda numerosas plantas vasculares de grande interesse científico e endemismos dos quais se destacam o selo-de-salomão e o lírio martagão. Já a Fraga da Pena é uma zona de recreio e lazer, com quedas de água originadas por um acidente geológico, possuindo igualmente um conjunto florístico de elevado interesse, conferindo um carácter singular à paisagem.

(Texto retirado e adaptado do folheto do percurso)