terça-feira, 26 de abril de 2016

Diário de uma aventuda - Por terras da Andaluzia e El Caminito

As ideias nascem como os sonhos. Dizem até que têm uma mesma mãe. Quando lancei o desafio num post anterior, houve algumas pessoas que reagiram e senti que não iria sozinho. Fomos seis; da próxima seremos mais.

Dia1 - Saída de Coimbra e ataque à longa viagem que nos esperava. Entrada em Espanha por Badajoz - Sevilha - Ardales. Ardales é um belo povoado andaluz, com alguns vestígios do seu castelo árabe e, pareceu-nos, com muita gente simpática. Foi, de resto, a nossa base logística (ficámos nos 'Aparatemntos Ardales', a 6 km.
Panorâmica de Ardales
camping Ardales fica numa península interessante junto à albufeira, onde a água é sempre azul, devido às matérias em suspensão.

Fomos visitar as ruínas de Bobastro, perto, uma cidade árabe que, no séc. IX foi a fortaleza de um rebelde mouro, que ameaçava os senhores de Málaga. Da cidade destaca-se, hoje, o que resta da igreja moçárabe. Nunca terá sido acabada, mas sabe-se que foi consagrada e nela se celebrou a liturgia. O templo está escavado na rocha, com as marcações para alguns rasgos que não foram depois concluídos.
Igreja moçárabe, em Bobastro
 
As caminhadas têm-me feito bem. Estou em metade do que era.
 Dia2 -  O Caminito e Álora. O percurso do Caminito del Rey é hoje uma passadeira pedonal, segura, fácil de percorrer. O único senão serão as vertigens, mas é completamente seguro. Poderão ver algumas imagens que impõem essa majestade
 


Aquilo no mei da parede também fomos nós
De tarde visitámos Álora, mais uma bela povoação situada no sopé dos montes andaluzes. Tem um castelo moçárabe, restaurado, mas em que muito foi destruído pela construção de uma grande igreja e os mausoléus de família. Ao longe parece um pouco alfama.


Dia3 - Visita a Antequera. Além de ser uma cidade já grande, com imensos monumentos, Antequera é conhecida pelos vestígios pré-históricos que tem. Visitámos os dólmenes, destacando-se o de Viera, pela dimensão colossal das pedras que o compõem.
De Antequera avista-se, ao longe, uma formação rochosa a que costumam chamar 'o índio'. Dá para ver:
Num local central, é possível obter panorâmicas de 360º
Descarreguem e visualizem toda a imagem
Dia4 - Mérida e regresso. Mérida tocou-me pela visão de alguns monumentos e ruínas. Muito se poderia dizer, mas não era o centro da aventura...

Lições que ficam: somos apenas um momento e uma pequena peça na engrenagem do tempo e do espaço. Mais majestosa que todas as construções humanas é a construção da natureza. O desfiladeiro dos Gaitanes, escavado ao longo dos milhões de anos, é hoje visitado por causa da curiosidade e do génio humano, a mesma curiosidade em compreender a vida e a morte que levou os ancestrais de Antequera a construírem os dólmenes, os cidadãos do império a louvar deuses e homens em Mérida. Na outra face temos a violência que leva a construir os castelos e cidades fortificadas para, ora sim, ora não, os homens bailarem nos tronos do poder.

Fica a promessa de, em breve, lançar uma proposta de regresso, em grupo, a esses locais da Andaluzia, com um programa similar. Até breve.