
Seguimos por carreiros e caminhos, no meio de quintas, espigueiros e eiras tradicionais
e chegamos ao moinho
da Cerdeirinha, hoje desativado porque a água escasseia e a roda está destruída;
mas o seu interior está completo, com o engenho ainda em estado de utilização.
Daqui teremos de passar o primeiro conjunto de poldras e chegamos ao local de culto onde se erguia a antiga ermida. Hoje deparamo-nos com uma nova capelinha, mandada construir opor um benemérito em 2011. Veem-se ainda partes dos alicerces da antiga ermida. Outrora classificada como santuário mariano, remontam ao século XVIII as várias referências a procissões e ladainhas que evocam a intervenção divina para salvar as culturas das pragas (principalmente lagartas).
Daqui teremos de começar a subir pela encosta rodeados de pinheiros, passando pelo lendário penedo onde, dizem, apareceu a imagem da Senhora a uns pastorinhos cuja lenda transcrevo:
A LENDA DE NOSSA SENHORA DAS COLMEIAS

Mais acima, e
em forte subida pelas lajes alcançamos o penedo e o miradouro conhecido como o
Lagar dos Mouros. A observação de formações estranhas na superfície da rocha
levou o povo a tentar explicar a sua origem remota na época dos mouros, em que
uma moura que aí habitava, com metade do copo de mulher e outra metade de cabra,
escavou na rocha os berços dos seus filhos. Na realidade, o que aí se pode
observar é um conjunto de lagaretas escavadas na pré-história por moradores que
ocupariam este cabeço e onde se podiam esmagar grãos, sementes e, na devida
altura, depois da aprendizagem da sua técnica de fabrico, o vinho.
Desse local
tem-se uma vista privilegiada sobre os maciços montanhosos das beiras, desde o
Caramulo até à serra das Meadas.
Após uma longa
descida paralela ao leito do riacho, encontramos as poldras da Paúla. Pela primeira
vez, creio, vamos caminhar por poldras, uma sequência de pedras elevadas que
substituíam as pontes e que estavam sujeitas aos caprichos das torrentes das
ribeiras e rios.

Continuamos em
subida mais suave em direção às Eirinhas e mais adiante a Quinta da Moitinha,
onde é produzida grande quantidade do vinho de Lafões, uma variedade que nem é
verde, nem é maduro, mas tem muito grau. Depois de passarmos a vinha central
desta quinta, chegamos a Joazim, para visitarmos a Pedra Escrita, um penedo
granítico duro com inscrições pré-históricas ovais e em espiral. São típicas da
chamada “Arte Atlântica” e datam da Idade do Bronze.
A partir daqui
há que regressar ao ponto de partida, seguindo um trilho que, mais uma vez, nos brinda com espigueiros, alguns em ruínas ou em desuso, e casas que com eles sucumbem.
Tipo de Rota - Circular
Extensão - 14.6 km.
Desnível - 608 / 626 m Ascendente / Descendente
Dificuldade - Baixa/média
Duração - 4 horas
Em que data é esta caminhada?
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