quinta-feira, 6 de setembro de 2018

PR4 LSA - Rota das quatro aldeias de xisto (Lousã)

O PR4 LSA (Lousã), é conhecido pelo nome de Rota das quatro aldeias de Xisto (Candal, Catarredor, Vaqueirinho e Talasnal). Existem depois variantes sobre o traçado inicial, permitindo que alguns caminheiros adicionem mais uma ou dias aldeias (Chiqueiro e Casal Novo) e outros eliminem a aldeia do Candal do trajeto e outros, ainda, façam dele um percurso linear, desde O Castelo/Srª da Piedade até ao Candal ou vive-versa.
A variante que aqui se apresenta é circular, com início e fim no Candal e não vai à Srª da Piedade, uma vez que as viaturas ficam no ponto de início. Atendendo  à necessidade de vos apresentar o trajeto adequado ao nosso grupo de caminhadas, faço a seguir uma descrição objetiva de todo o trajeto.
Deste modo, o percurso começa na pitoresca e hoje bem restaurada aldeia do Candal, com a sua disposição tão caraterística das aldeias-presépio. Candal merece uma visita que permite observar as belíssimas casas e ruas hoje restauradas e habitadas por ainda bastantes pessoas. Honestamente, só mesmo esta primeira visita é considerada fácil, porque a partir do momento que entramos no trilho o grau de dificuldade aumenta proporcionalmente à beleza que nos vai encantando. A progressão é feita mais de 70% em ravina, o que torna a dificuldade técnica deste percurso elevada.


Seguimos pelo meio de bosques de diversa natureza, desde soutos centenários que povoam as inclinadas encostas viradas a noroeste até carvalhais e mesmo algumas manchas de sobreiro, decaindo em beleza para alguns pinhais e também ainda bastantes eucaliptais. O caminho, sempre trilho de pé posto, obriga-nos a seguir em fila e a trepar ou saltar fragas de xisto que o tempo se encarregou de deixar a nu. É preciso alguma atenção, principalmente nos dias com o piso húmido ou molhado, por causa dos deslizes.
Tendo tudo isto em atenção, resta agora desfrutar de tanta beleza que cada aldeia depois nos apresenta.

A primeira que se apresenta é Catarredor, uma aldeia a necessitar de uma intervenção urgente de recuperação orientada, que vá muito além dos ligeiros restauros feitos por um ou dois moradores que ainda por lá permanecem. Tem todo o potencial e merece esse investimento, pois as ruas, portas e janelas fazem um todo feérico que nos lembra outras histórias.

Descendo às ribeiras e subindo às povoações aparece depois Vaqueirinho, uma aldeia que já apresenta sinais de restauro e bom gosto no toque que está a ser dados às habitações intervencionadas. Não tem nenhuma intervenção nem aproveitamento comercial, o que lhe deixa bastante potencial para uma comunhão mais aberta com a natureza e permite estar e ficar por mais tempo.



A última das localidade deste quarteto é  Talasnal, hoje muito intervencionada e explorada para fins turístico. É evidente que gostamos de ver as casas restauradas, de poder comer um bom prato serranos num dos 3 restaurantes que agora já possui e provar os produtos regionais ou apreciar o artesanato local, mas já se nota uma globalização do mercado: os menus já têm ementas nada típicas e o artesanato já tem algumas coisas made in China. E isso não parece ser o futuro que se pretende. De louvar é a densidade populacional que a aldeia tem hoje, recuperando parte da população (não obrigatoriamente a original) e bastantes jovens. Se aquilo que digo anteriormente é o custo dessa renovação, então que seja, porque vale a pena.
 










Depois do Talasnal temos uma descida de dificuldade considerável até uma bifurcação que nos conduz de volta ao Candal ou então nos leva para o castelo, com passagem pela mini-hídrica e a capela da Ermida. No nosso caso seguimos para a direita, seguindo a levada durante mais de 1 km., até que somos ‘convidados’ a começar a subir.
Essa subida de mais de 1 km. é obscenamente difícil, principalmente em dias de calor e com sol. Quando atingimos o seu topo temos uma sensação de proximidade á estrada nacional devido ao barulho das viaturas que passam e começamos a avistar as casas mais afastadas da aldeia do Candal.
Ainda baixamos até à ribeira e podemos contemplar a cascata e depois, finalmente, entramos no Candal pelo conjunto de casas abandonadas e hoje em ruínas que se observam ao longo no início do percurso. É uma perspetiva bem diferente daquela a que estamos acostumados.

Tipo de Rota - Circular  
Extensão - 12.6 km.
Desnível - 602 / 617 m Ascendente / Descendente
Dificuldade – Média/alta
Duração - 6 horas


Sem comentários:

Enviar um comentário