Muito próximo desta capela está o rudimentar pelourinho do Coito, um obelisco hexagonal, sem qualquer ornamento superior, que deve ter perdido ou que nunca teve.
Do Coito seguimos para Midões, deparando-nos com diversos solares ou casas solarengas e os palácios maiores. Há que beber água na fonte da Caricha, visitar a portentosa igreja, o pelourinho manuelino e seguir para Casal da Senhora, não sem antes fazer um muito pequeno desvio para observas as sepulturas antropomórficas (um conjunto de 4) escavadas na rocha granítica. Não se sabe ao certo quando foram construídas, mas esta espécie de sepulturas começaram a ter registo em Portugal por finais do século IX. No entanto estima-se que a sua realização derive de meados do século VII.
Entretanto damos com as primeiras casas de Casal da Senhora, localidade bem conhecida por ser hoje fiel depositária da casa do herói liberal João Brandão, que granjeou famas na primeira metade do século XIX pelas bravatas que teceu com as forças de autoridade na região de Tábua, Oliveira do Hospital e serra do Açor. Se a casa antigamente esteve ame
Ainda podemos apreciar a fachada setecentista da capela local
No fim do largo devemos derivar à esquerda e seguir o estradão florestal que, passados 2 km. nos deixa na pequena povoação de Vale de Gaios.
Aí começa a segunda parte de uma aventura soberba: a subida pelo vale do rio Cavalos através de um conjunto de carreiros e de passadiços construídos pelos companheiros do BTT. Todo este percurso é acompanhado de pontes, pequenas cascatas e dezenas de moinhos em ruínas. O rumorejar das águas acalma e faz bem.
Este percurso é muito concorrido por grupos, que sobem uma parte do leito do rio e regressam ao ponto de partida. esta parte é muito fácil. O grau de dificuldade só surge quando, depois de atravessarmos uma pequena ponte de madeira, nos deparamos com um casa que no seu tempo deverá ter sido um paraíso de paz, ainda toda pintada com cores um pouco d'avantgarde para a época.
Aí começa uma custosa subida por carreiro de pé posto, em saibro, com barrancos, que fazer parar muitas vezes nessa ascenção de uns 800 metros. É difícil este trecho. No cimo voltamos a encontrar o PR1 de Tábua e seguimo-lo, passando pelo cruzamento que dá para a verdadeira ponte de Sumes (impossível de fotografar devido à densa vegetação que a cobre) continuando por mais cascatas e regadio, até encontrarmos outra ponte romana, esta hoje bem visível.
O PR1 segue daqui para S. Geraldo e Touriz, mas nós seguimos em frente, sempre pelo vale do rio, deparando-nos então com azenhas, moinhos e casas de habitação em ruínas, mas que deixam antever passados de fartura no ciclo do pão e do azeite.
Observaremos ainda belíssimos prados e carvalhais que convidam a descansar da caminhada, ainda que nesta fase tudo seja mais ligeiro e plano.
Passada esta fase do trajeto há que percorrer a margem do rio pelo seu lado esquerdo e fazer uma pequena subida para podermos depois cruzar uma ponte de cimento que nos leva a passar um grande pomar de pereiras. No cimo dessa quinta apanhamos a estrada de asfalto que nos leva de volta ao Coito, sem mais história que não seja a subida a assinalar.
Eis um percurso belíssimo que concilia paisagens fluviais e natureza em estado puro com muito de história e religiosidade.
Em síntese:
Tipo de percurso: circular
Dificuldade: Média/alta (3,5 em 5)
Extensão: 12 km.
Pontos de interesse: Pelourinho (Coito), Lápides romanas na capela de S. Sebastião, Midões (casas apalaçadas e solares, pelourinho manuelino, igreja), Sepulturas antropomórficas, Casa de João Brandão, Vele do rio Cavalos, Ponte romana de Sumes, natureza envolvente.
Bom dia , queria saber como participar ? Obrigada.
ResponderEliminarBoa tarde. Deverá enviar um email para botacansada@gmail.com ser-lhe-ão dadas todas as informações.
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